Na última segunda-feira (25), o governo federal publicou no Diário Oficial da União a medida provisória (MP) 1.114/2022, que permite até R$ 23 bilhões para financiamento de micro e pequenas empresas. A chamada “MP do Crédito” integra o Programa Crédito Brasil Empreendedor.
Daniella Marques, secretária especial de Produtividade e Competitividade, alega que a medida, dentre outras, foi anunciada para democratizar “o acesso das MPEs [micro e pequenas empresas] ao crédito em condições antes disponíveis apenas para empresas maiores”. Na mesma ocasião, o Ministério da Economia informou que não exige mais certidões negativas de débito para que as empresas tenham acesso a operações de crédito.
Estímulos econômicos como esse visam socorrer e/ou impulsionar o desenvolvimento de micro e pequenas empresas que tanto sofreram com os efeitos da pandemia de Covid-19 e ainda enfrentam obstáculos como a burocracia para se reorganizar novamente.
Dados mais recentes do Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian apontaram que 6 milhões de micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) estavam endividadas em fevereiro deste ano. Do total, 52,2% dos negócios estão ligados ao setor de serviços. 38,5% dos empreendimentos estão relacionados ao comércio, 8,0% à indústria e apenas 0,9% ao setor primário.
Em meio a um cenário de inflação e juros altos, em que o poder de compra dos consumidores – o que compromete a retomada das empresas -, buscar um financiamento pode ser crucial para a sobrevida dos negócios. E não são somente os bancos e outras instituições tradicionais que oferecem crédito que atendam às diferentes necessidades do seu empreendimento. Vamos ver a seguir:
P2P lending
O Peer to Peer (P2P) Lending surge como uma excelente opção. Essa linha de crédito conecta pessoas físicas interessadas em investir e empreendimentos que precisam de recursos para financiar projetos.
A verificação do risco do financiamento cabe a plataformas como a Money Money Invest, que avalia o perfil financeiro de quem toma o empréstimo.
“Por meio do formato de P2P Lending, a Money Money estimula e promove este movimento ao conceder crédito para empresas que estão buscando se expandir ao mesmo tempo em que disponibiliza opções de investimento atraentes para quem está buscando uma carteira diversificada e que traga possibilidade de rendimentos acima da renda fixa tradicional e relação equilibrada entre rentabilidade e exposição a risco”, destaca Marcos Travassos, CEO da Money Money.
A fintech oferece a possibilidade de os empréstimos serem pagos em até vinte e quatro meses, com taxas médias mensais de 1,15% a 2,42%, mas estas são avaliadas caso a caso.
Antecipação de recebíveis
A antecipação de recebíveis pode ser uma estratégia para solucionar problemas de financiamento de forma mais imediata e quitar as contas da empresa em um curto prazo. Diferentemente dos empréstimos, essa operação consiste em receber valores provenientes de vendas parceladas, a prazo, com duplicatas, cheques e carnês, antes mesmo da cobrança ser efetuada.
Para solicitá-la, o empreendedor precisa estar munido de uma série de informações financeiras sobre o negócio e compreender as condições determinadas pela instituição financeira consultada para que as contas futuras se salvem do efeito “bola de neve”.
Por isso, consulte as taxas de cobrança pela operação e assim as despesas financeiras não comprometerão a rentabilidade da sua empresa.
Empréstimo com garantias
Como o termo sugere, nessa opção o empreendedor apresenta um bem – veículos, imóveis e outros – à instituição financeira para assegurar o parcelamento das parcelas. Como algo foi oferecido, as chances de inadimplência nesta modalidade são menores. Em contrapartida, a credora oferece juros mais baixos e prazos maiores para o pagamento ser completamente efetivado.
Microcrédito
Essa modalidade se destina a MEIs (microempreendedores individuais) e pessoas jurídicas – e informais -, que não têm acesso fácil a empréstimos em meios convencionais. O valor do crédito adquirido varia de acordo com o banco escolhido, de R$ 300 até R$ 20 mil.
De acordo com a Lei N. 11.110, as entidades autorizadas a operacionalizar linhas de microcrédito são a Caixa Econômica Federal, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), os bancos comerciais, os de desenvolvimento e os múltiplos com carteira comercial, entre outros.
A modalidade oferece vantagens como taxas de juros reduzidas e isenção de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
BNDES
Como citamos acima, o BNDES tem autorização para conceder linhas de microcrédito, mas o banco possui linhas exclusivas para atendimento de micro e pequenas empresas.
O BNDES Crédito Pequenas Empresas beneficia empreendimentos médios com faturamento de até R$ 90 milhões com o oferecimento de um limite de crédito máximo de R$ 500 mil por cliente a cada 12 meses, num prazo total de um a cinco anos, com 24 meses de carência.
A taxa média de juros chega a 1,25% ao ano e inclui a remuneração do BNDES e do agente financeiro participante da operação.