Buscar
pexels-sora-shimazaki-5673488 (1)

Como a alta da Selic influencia o custo dos empréstimos pelo Pronampe?

Compartilhar

Na última quarta-feira (4), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou em 1,0 p.p. a taxa básica de juros Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia), que agora chega ao patamar de 12,75% ao ano. 

Esta foi a 10ª alta consecutiva da Selic, no âmbito de um ciclo iniciado em março de 2021. E a trajetória de elevação dos juros não deve se encerrar aqui. O colegiado antevê um próximo acréscimo de menor magnitude (0,5 p.p.) na próxima reunião a ser realizada em junho. 

Com isso, a taxa terminal estaria de acordo com as projeções de analistas consultados pelo Boletim Focus, que mensura as expectativas de agentes do mercado financeiro. Eles já previam que a Selic encerrasse o ano de 2022 em 13,25%. 

Para isso, nas próximas reuniões a serem realizadas pela autoridade monetária, o Banco Central precisaria manter a taxa ou reduzi-la.

O que motivou mais essa alta da Selic?

Em comunicado que sucedeu a decisão, o Comitê avaliou que as pressões inflacionárias decorrentes da pandemia de Covid-19 se intensificaram. Novos problemas estão relacionados aos lockdowns na China, em razão de uma nova onda de casos e óbitos no país, e pela prorrogação da guerra entre Rússia e Ucrânia, que afeta toda a cadeia global de suprimentos e eleva preços de commodities no mercado internacional.

Essa nova ofensiva do Banco Central busca surtir efeitos contra a disparada da inflação. Em março, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 1,62% – a maior taxa para o mês desde o início do Plano Real, em 1994. A taxa acumula, em termos anualizados, um patamar de 11,30% – quase o dobro do teto da meta do Banco Central (de 3,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 p.p.).

Em que medida a decisão impacta os empreendedores?

Embora seja cedo para avaliar se as medidas serão suficientes para conter a inflação, alguns efeitos são esperados imediatamente, como, por exemplo, em relação a empreendedores que solicitam linhas de crédito como o Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte).

Em conjunto de iniciativas lideradas pelo governo federal, na tentativa de conter os efeitos desastrosos da Covid-19 na economia do país, foi criado o Pronampe, por meio da Lei Nº 13.999, em maio de 2020. Empréstimos concedidos pelo programa, em seu início, tinham o prazo de pagamento de 48 meses e juros de 1,25% ao ano indexados à taxa Selic.

Só no primeiro ano de vigência, mais de 517 mil empresas foram contempladas com a linha de crédito, de acordo com o Ministério da Economia.

À época, a taxa básica de juros estava em 3%. Com isso, quem fazia empréstimos pelo Pronampe pagava juros totais de 4,25%. Em agosto, a Selic chegou ao seu patamar mínimo histórico de 2%. 

A queda fez com que os juros totais fossem de apenas 3,25% – o que, dividido em doze meses, correspondia ao pagamento de apenas 0,26% por mês.

Mas o que antes parecia ser muito vantajoso hoje pode dar muita dor de cabeça para os empreendedores Brasil afora. Com a taxa Selic ao patamar de 12,75%, os juros dos empréstimos do Pronampe chegam agora a 14% ao ano

Para entender como o cenário se deteriorou nos últimos meses, levamos em consideração as seguintes informações: 

Pequenas empresas podem solicitar empréstimos de até R$ 150 mil pelo Pronampe. Agora, tomemos como exemplo uma loja de calçados que tenha obtido um crédito de R$ 25 mil em algum dos bancos que trabalham com a linha de crédito – Banco do Brasil ou Caixa Econômica Federal.

Caso os juros tivessem se mantido no patamar de 3,25% (2% + 1,25%), e o empreendedor quitasse o empréstimo em 48 meses, ao fim do processo ele teria desembolsado um total de aproximadamente R$ 25,8 mil. Ou seja, pouco mais de R$ 800 em juros.

Agora, se o mesmo empréstimo fosse contraído com a Selic a 12,75%, o empresário teria juros de 14% ao ano (12,75% + 1,25%). Isso faria com que fosse pago cerca de R$ 28.500 para quitar o crédito. Ou seja, mais de R$ 3.800 em juros.

Mas, como se o cenário já não fosse ruim, a situação piorou para quem optou pelo Pronampe a partir apenas da segunda abertura da iniciativa, disponibilizada pelo governo federal em julho passado. Foram criadas novas regras para empreendedores que queriam utilizar o programa. 

Dentre as novidades, o custo dos empréstimos subiu para taxa Selic + 6%. Ou seja, há uma parcela de empreendedores que vai pagar 18,75% de juros (12,75% + 6%) ao ano pelo crédito obtido com o programa.

P2P, uma alternativa menos burocrática e mais barata

Ainda que tenha surgido como uma alternativa emergencial, o governo não ofereceu uma solução atrativa para empresários que precisam financiar seus projetos. Em meio a escassez de boas oportunidades, as fintechs surgiram com melhores condições às inacessíveis opções de bancos e instituições mais tradicionais.

Nesse sentido, surge o P2P (Peer-to-Peer) Lending, modalidade oferecida por plataformas como a Money Money Invest, que se responsabiliza por conectar pessoas físicas interessadas em investir em empreendimentos que precisam de recursos para prosseguir com suas operações de maneira menos burocrática e mais barata.

A fintech oferece a possibilidade de os empréstimos serem pagos em até vinte e quatro meses, com taxas médias mensais de 1,15% a 2,42%, mas estas são avaliadas caso a caso.

“A visão de negócio da Money Money Invest se baseia no apoio ao empresário que quer ter a oportunidade de crescer e ser competitivo, o que na maioria dos casos é negado pelas instituições financeiras tradicionais, seja pelo alto custo que cobram pelo crédito, linhas muito restritas ou processos complicados e demorados. Com o P2P Lending, nosso objetivo é ajudar a economia real a crescer e trazer vantagem para as duas pontas do negócio, empresa e investidores, agindo como parte da alavanca da retomada que esperamos da economia”, afirma Marcos Travassos, CEO da Money Money Invest.

Compartilhar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *