Em outubro, a B3, a Bolsa brasileira, registrou o pior desempenho mensal do ano, com uma queda acumulada de 6,74%. Com isso, as perdas no ano foram acentuadas a 13,0%.
O resultado foi influenciado pelas incertezas fiscais em torno da PEC dos Precatórios – que surgiu como uma saída que busca viabilizar o benefício social de R$ 400 pelo novo programa Auxílio Brasil -; pela divulgação de dados econômicos como o IPCA-15, que ficou em 1,2% na última semana do mês; e pelo acréscimo de 1,5 p.p. na taxa básica de juros Selic, que foi a 7,75% ao ano.
Em novembro, as mesmas preocupações persistiram, em meio à temporada de balanços corporativos do terceiro trimestre, enquanto o mercado aposta em uma nova elevação de 1,50% à Selic na primeira semana de dezembro, o que levaria o indicador a 9,25% ao ano.
No dia 18 deste mês, o Ibovespa, índice de referência do mercado de ações do Brasil, recuou 0,51%, e encerrou o pregão na marca de 102.426 pontos – a pior pontuação desde 6 de novembro de 2020 (100.925 pontos).
Mas você conhece a fundo a dinâmica do Ibovespa? Se planeja investir no mercado de ações, precisa entendê-lo muito bem como um aliado para o sucesso dos seus investimentos e, também, como parâmetro para analisar a rentabilidade que outras modalidades podem trazer para você, já que a diversificação de investimentos minimiza riscos da carteira.
Ibovespa: ações são produtos de renda variável
O Ibovespa, principal indicador de desempenho das ações negociadas na B3, reúne as empresas mais importantes do mercado de capitais brasileiro desde sua criação em 1968.
Rebalanceado a cada quatro meses, o índice funciona como uma “cesta imaginária”, uma carteira teórica de ativos. Ações e units de companhias listadas na B3 que atendem aos critérios descritos na sua metodologia compõem o índice, que corresponde a cerca de 80% do número de negociações diárias e do volume financeiro do mercado de capitais nacional.
Mesmo em um momento de forte volatilidade como o atual, a B3 atingiu, no mês passado, a marca histórica de 4 milhões de contas de pessoas físicas – 1,1 milhão de contas de mulheres e 2,9 milhões de homens.
As ações das empresas listadas em Bolsa estão inseridas na categoria de renda variável, pois não existe maneira de prever o retorno desses investimentos, já que seus valores variam conforme as condições de mercado, mas a exposição a eles também pode garantir rentabilidades mais expressivas que as obtidas em produtos de renda fixa.
Outros exemplos de produtos de renda variável são os FIIs (fundos de investimento imobiliários), BDRs, fundos de ações, fundos multimercados, criptomoedas, ETFs (fundos de índices, em português), câmbio e contratos futuros.
Renda fixa, sinônimo de previsibilidade
Existem também os produtos de renda fixa como a caderneta de poupança, Tesouro Direto (títulos do governo prefixados, como o Tesouro Prefixado, e pós-fixados, como o Tesouro Selic ou o Tesouro IPCA+), CDBs (Certificados de Depósito Bancário), debêntures, LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio).
Quando o investidor aplica seus recursos em um desses investimentos, ele já sabe o prazo e a taxa de rendimento ou o índice indexado para valorizar o dinheiro investido.
Não fique apenas entre duas opções
Como dissemos acima, a sua carteira de investimentos deve prezar pela diversificação para minimizar a exposição dos seus ativos ao risco, com aplicações em renda variável e renda fixa, desde que sejam respeitados: o seu perfil de investidor, os prazos e os objetivos que você estabeleceu para cada investimento. Mas não há só duas opções.
Para quem busca rentabilidade superior à renda fixa, mas não quer se expor ao sobe-e-desce do mercado de ações, por exemplo, há o P2P Lending.
Essa modalidade, relativamente nova, que embora também tenha como objetivo trazer rentabilidade a partir do investimento em empresas, está sendo conhecida como “a nova renda fixa” porque apresenta uma relação equilibrada entre risco e retorno.
No P2P você se torna um credor da empresa. Na modalidade, diversos investidores se reúnem para somar o valor que a empresa precisa tomar como crédito e, como em um contrato comum de empréstimo, o valor retorna em juros num determinado período e de acordo com a quantidade definida de parcelas.
Enquanto as empresas listadas em Bolsa sofrem com o sobe-e-desce no valor das ações por motivos como trocas na administração, fusões e aquisições e até mesmo fatores externos — como o desempenho do dólar —, a possibilidade de boa rentabilidade com o P2P ocorre com menor exposição a risco.
Isso porque o a plataforma da Money Money Invest exclui empresas que têm maior possibilidade de não honrar os compromissos financeiros e, assim, o sistema de rating (saiba mais sobre ele neste texto!) torna possível uma baixa inadimplência. “Para uma carteira que pode pagar 20% de rentabilidade, trata-se de um risco equivalente muito baixo, por isso o P2P é considerado como ótima alternativa à renda fixa tradicional”, explica Marcos Travassos, CEO da Money Money Invest.
“O risco de investir em crédito privado, como o P2P, está somente na saúde financeira da empresa. Quando você investe em ações ou na renda variável em geral, o risco é o desempenho econômico da empresa, conjuntura da economia e muitos outros fatores que diariamente fazem as ações subirem e descerem. A saúde financeira é só mais um requisito”, conclui o executivo.